“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm.” (1 Coríntios 6:12)
Vamos direto ao ponto: a Bíblia não fala sobre masturbação.
O famoso texto de Onã (Gênesis 38:9-10), por séculos usado para condená-la, trata na verdade de desobediência a uma lei familiar (o levirato), não de “sexo solitário”.
O que aconteceu depois foi mais tradição que revelação. A Idade Média chamou a masturbação de “vício secreto”, e isso gerou séculos de culpa sem respaldo bíblico claro.
O que podemos extrair, então?
Sozinho, por prazer próprio, a masturbação costuma cair no egoísmo, porque fecha o ato em si mesmo, em fantasia individual, como fuga da intimidade real. Muitas vezes está ligada ao consumo de pornografia, que distorce o desejo e alimenta expectativas irreais.
No contexto conjugal, no entanto, a prática muda de sentido. Masturbar-se junto pode ser cumplicidade, jogo erótico, forma de autodescoberta em casal e até uma ferramenta de prazer quando, por exemplo, um dos dois está cansado, grávido, doente ou com dificuldades sexuais. Nesse caso, não é isolamento, mas encontro.
A pergunta não é apenas “é pecado?”. A pergunta é:
Isso me aproxima ou me afasta de Deus?
Isso constrói ou destrói a intimidade com meu cônjuge?
Isso me deixa mais livre ou me aprisiona em culpa e vício?
A masturbação solitária pode ser um atalho para o egoísmo. Mas quando o casal a vive em diálogo, como parte da vida sexual, ela pode se tornar um recurso válido e até saudável.
O pecado não está no ato mecânico da mão, mas na direção do coração. A masturbação vai ser pecado ou bênção dependendo de para onde ela te leva: para dentro de si mesmo ou para mais perto do seu cônjuge - e do próprio Deus.
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